A rejeição do Congresso Nacional pelos brasileiros

Apenas 17% dos brasileiros aprovam o trabalho apresentado pelo Congresso Nacional. A reprovação cresceu 5 pontos e atingiu 37%. São números preocupantes, principalmente se comparados aos do STF, que apesar das suas decisões contrariando a Constituição e o bem do povo, ainda tem melhor aprovação (27%) e menor reprovação (29%). A desconfiança para com o Congresso não é um fato novo. Obviamente é alimentada pelas recentes manobras políticas, que visam escancaradamente defender apenas interesses pessoais, ainda que prejudiquem os interesses do Brasil; mas o descrédito não se resume a isso. A imagem da Casa do Povo já começa a ser maculada pelo reflexo dos seus últimos presidentes. Uma das cadeiras mais importantes da República, com um imenso poder sobre os atos que interferem na vida de todos os brasileiros, está sendo continuamente ocupada por indivíduos envolvidos nos mais diversos escândalos de corrupção. Não é difícil entender, portanto, o porquê de absurdos como a CPI da Lava-Jato ganharem espaço dentro do plenário, fica óbvio o interesse em silenciar investigações e garantir a impunidade.

A reprova da atuação do Congresso Nacional

A aprovação do Congresso, inevitavelmente, passa pela moralização do Congresso. Enquanto ela funcionar somente através de conchavos e negociatas, a imagem de toda a casa, inclusive dos seus bons integrantes, ficará maculada. A Casa do Povo deve trabalhar pelo povo, pelos interesses do Brasil e dos brasileiros. E isso há muito não acontece. Temos em Jair Bolsonaro um exemplo claro do funcionamento das entranhas do Poder Legislativo. Em quase 30 anos como deputado, o Presidente conseguiu aprovar pouquíssimos projetos. Isso não significa que sua atuação parlamentar tenha sido ruim ou que suas propostas não fossem ao encontro dos anseios da sociedade. Longe disso. A maior prova da aprovação do seu trabalho, pelo povo, são os 57,8 milhões de votos que recebeu. Mesmo assim, encontrou pouquíssimo eco entre os seus pares.

Eleições das mesas diretoras do Congresso

Câmara e Senado não podem ficar resumidos a meros balcões de negócios. O Poder Legislativo é importantíssimo para a República. É dele a responsabilidade de criar as normas que regerão a sociedade, além de fiscalizar os demais poderes. Carece e tem que se fazer merecedor da confiança do povo. Além da manifestação popular democrática, então, nas urnas, onde são eleitos os membros do Congresso, é necessário que os próprios legisladores façam sua parte, alinhando suas atuações às reais necessidades do país e, não menos importante, elegendo nomes idôneos para a presidência das Casas Legislativas. Os Brasileiros precisam confiar no Congresso; precisam aprovar o trabalho daqueles que elegeram e pagam para representá-los. Os congressistas, por sua vez, precisam ser dignos da confiança e aprovação. Em fevereiro próximo, então, os parlamentares terão uma chance de mudar este cenário, com as eleições das novas mesas diretoras. É necessário e urgente que a oportunidade seja aproveitada para eleger aqueles que conduzirão o Congresso durante a retomada do Brasil no pós pandemia. Um dos momentos mais delicados da história do país, onde não poderá existir espaço para os que visam interesses pessoais, ideológicos ou partidários. O foco deverá ser somente em fazer com que a recuperação seja a mais breve possível e os eleitos, portanto, deverão ser aqueles que tenham esse compromisso como prioridade. O Brasil, os brasileiros e o Congresso Nacional merecem esse cuidado.

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