BOLSONARO CORRE RISCO DE IMPEACHMENT?

Antes de responder essa pergunta é importante saber os três fatores que levam a um impeachment de um presidente: 1) Fato 2) Insatisfação no Congresso 3) Insatisfação popular

Fato

O primeiro é o FATO, o motivo para iniciar o processo de impeachment pode ser uma fiat Elba, uma pedalada fiscal ou uma frase “tem que manter isso aí, viu?”. Na realidade, o fato é o menos importante, pois tudo depende dos outros dois fatores. Hoje, já existem 43 pedidos de impeachment protocolados na Câmara contra o Presidente Bolsonaro, cada um com um fato justificando o pedido.

Insatisfação no Congresso

O segundo fator é a INSATISFAÇÃO NO CONGRESSO. Isso certamente pode derrubar um presidente, como nos casos do Collor e Dilma, ou sustentá-lo, como no caso de Temer. Hoje, já está instalada a insatisfação entre os parlamentares contra o Presidente Bolsonaro. Vão desde questões ideológicas, passando por falhas nas lideranças responsáveis pela interlocução do governo com o congresso, e até por não aceitar loteamento de cargos no governo e negociações nada republicanas.

Insatisfação popular

O terceiro fator é a INSATISFAÇÃO POPULAR. Este é o principal fator, pois, nenhum processo de impeachment foi pautado sem ter como início as manifestações populares. Até o momento, não foi pautado nenhum dos 43 pedidos de impeachment contra o presidente Bolsonaro, Justamente porque não há clamor popular para isso. Normalmente, as manifestações populares acontecem quando um presidente possui cerca de 90% de rejeição. Está longe do que ocorre com o Bolsonaro, que não tem 40% de rejeição popular.

Sobre o risco de impeachment

Considerando esses três fatores, e que o principal é a insatisfação popular, onde está o risco de um impeachment? Agora vem a questão principal, a insatisfação popular sempre andou de mãos dadas com a economia, é ela que elege, reelege, derruba e mantém um presidente.

Vejamos

Collor foi eleito ovacionado como o caçador de marajás, mas sua gestão na área econômica foi lastimável, até com confisco de poupança. A economia caiu e junto com ela a popularidade, somou-se aos outros dois fatores o impeachment foi aprovado. Itamar acertou no Plano Real, a economia estava boa e a popularidade estavam em alta, com esse cenário elegeu seu sucessor Fernando Henrique Cardozo. FHC manteve a economia em alta, como a sua popularidade estava bem avaliada, aprovou a PEC da reeleição e reelegeu no primeiro turno. No segundo mandato de FHC, a economia começou a dar sinal de queda, caiu a economia e consequentemente a popularidade, o cenário mudou e ele não conseguiu eleger seu sucessor, ganhou Lula. Lula deu uma sorte tremenda com a economia mundial, o Brasil estava bem economicamente e, consequentemente, a popularidade dele, mesmo com mensalão, petróleo e Lava-jato conseguiu se reeleger. No segundo mandato, a economia ainda estava em alta, e, como disse, leva ao aumento da popularidade presidencial. Mesmo com todos escândalos de corrupção, conseguiu eleger sua sucessora, a Dilma. A então presidente Dilma quebrou o país para manter a economia, manter os preços de combustível e energia elétrica, e mesmo com a Lava-jato em seu ápice, com a prisão do ex presidente Lula, conseguiu uma reeleição apertada. No segundo mandato da Dilma, com o país que ela deixou quebrado, a economia caiu, isso levou a queda da popularidade e ao seu impeachment. Aí entra o Presidente Bolsonaro eleito em 2018. A história está contando a importância da economia para manutenção ou queda de um Presidente.

Presidente Bolsonaro

Bolsonaro caminhava a passos largos para sua reeleição, até aparecer o coronavírus. Eis que surgiu a oportunidade para a oposição atingir sua popularidade através da queda econômica. Não é por acaso todos os canhões estarem se voltando ao mesmo tempo contra o Presidente Bolsonaro, aproveitando-se desse momento de dificuldades que o país está passando. Em razão das graves consequências econômicas decorrentes de um lockdown precipitado ou intencional, os políticos da esquerda, oposicionistas, imprensa com ideologia de esquerda, instituições lideradas pela esquerda, membros dos três poderes, etc. estão aproveitando para enfraquecer cada vez mais o governo e preparar para o golpe com o impeachment ainda no final deste ano. Como já dizia o Capitão Nascimento, em uma de suas frases mais célebres do filme Tropa de Elite: "o sistema é foda!"

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