Cápsula com césio-137 é encontrada em Alagoas

Cápsula com césio-137 é encontrada em Alagoas

Há 31 anos, um acidente em Goiânia não acabou tão bem

Capitão Augusto Deputado Federal

Cápsula com césio 137 é encontrada em Arapiraca, no estado de Alagoas

Uma cápsula de raio-X contendo césio-137 foi recolhida de um ferro-velho pela Vigilância Sanitária de Arapiraca, em Alagoas. As autoridades chegaram à peça na tarde desta terça-feira (22), após denúncias anônimas.

Aparentemente, a peça não foi manipulada, nem aberta aberta. A 130 quilômetro de Maceió e com cerca de 200 mil habitantes, Arapiraca correu o risco de repetir a tragédia de 1987 em Goiânia, quando catadores de lixo manipularam uma cápsula similar e contaminaram centenas de pessoas com material radioativo.

Na ocasião, catadores de lixo desmontaram um aparelho de radioterapia e venderam uma cápsula, similar à encontrada hoje, para um ferro-velho em Goiânia. Desmontada, a cápsula liberou césio-137, substância radioativa que ocasionou o maior acidente radioativo fora de uma usina nuclear da história. Quatro pessoas morreram e centenas ficaram com sequelas.

Em Arapiraca, até o momento, não há relatos, nem indícios de vazamento de material radioativo.

Enredo parecido

O proprietário do ferro-velho de Arapiraca disse à Vigilância Sanitária que a cápsula fazia parte de um aparelho de mamografia. Ainda não se sabe a quem o aparelho pertencia, nem há quanto tempo a cápsula estava no ferro-velho.

A cápsula estava intacta, mas o objeto deveria ter sido descartado por empresa especializada em lixo radioativo devido ao perigo de contaminação.

A Polícia Civil vai apurar as responsabilidades e como o objeto chegou ao ferro-velho.

"Se a empresa que fez o descarte incorreto for identificada, poderá responder criminalmente pelo fato de ter colocado a comunidade em risco", informou a Vigilância Sanitária da Cidade.

A Vigilância Sanitária disse que o material foi recolhido e não apresentou riscos à população porque estava intacto. "A cápsula estava fechada, não tem perigo nenhum. Se tivesse sido aberta, as pessoas correriam risco de contaminação. Conseguimos evitar uma tragédia como a que houve em Goiânia há 31 anos", afirmou o coordenador da vigilância sanitária, Edilson Melo.

Acidente em Goiânia

No vazamento em Goiânia há 31 anos, cerca de mil pessoas foram colocadas no estádio para receber atendimento médico e não contaminar mais pessoas.

Bombeiros, policiais e outros profissionais envolvidos no socorro das vítimas também tiveram complicações de saúde. Até hoje as pessoas que tiveram contato com o material radioativo passam por tratamento médico.

Muitos desenvolveram doenças como câncer de mama, leucemia hipertensão e outros distúrbios. O acidente foi classificado como nível 5 na Escala Internacional de Acidentes Nucleares -- que vai de 0 à 7.

A contaminação em Goiânia por césio-137 é até hoje o maior acidente radioativo do Brasil e o maior do mundo ocorrido fora de usina nuclear.

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