Como ficam as eleições municipais? Qual a data? E o fundão?

As eleições municipais deste ano prometem uma disputa sem precedentes por vários motivos. Dentre eles, avaliar qual será a tendência para as eleições presidenciais de 2022. Qual grupo ideológico levará vantagem? Direita? Esquerda? Centro? Antes de responder essa pergunta, temos que ver outros questionamentos.

O primeiro deles: as eleições municipais serão adiadas ou não?

Minha aposta: será no dia 04 de outubro mesmo, não será prorrogada. A mudança da data depende de aprovação de PEC, uma emenda constitucional. Para isso, precisa de 3/5 dos votos, ou seja, 49 votos no Senado e 308 votos na Câmara dos Deputados. É algo extremamente difícil de ser aprovado. O transtorno para prorrogar por apenas um mês as eleições é tão grande, que não vale a pena o custo disso. Existem fatores como prazos de desincompatibilização de servidores públicos, convenções partidárias, prazos de filiação, etc. Portanto, anotem aí: conversei com dezenas de Deputados Federais e posso afiançar que não será alterado.

O fundo eleitoral

A segunda questão é a utilização do fundo eleitoral para campanha, hoje no valor de R$ 2 bilhões. Muitos perguntam se não seria melhor utilizar esse recurso para a saúde, então, vamos fazer algumas considerações. Entretanto, manter uma democracia tem custo, e não é barato. Isso se dá pelo voto e as campanhas influenciam nele. As eleições municipais serão fundamentais e servirão de base para eleger o novo Congresso Nacional em 2022, além das eleições de Governadores e Presidente da República.

É necessário mesmo esse recurso do fundo eleitoral para campanha?

Depois dos escândalos do PT com doações empresariais que tinham contrapartida e facilitações nada republicanas com o governo, foi aprovada uma nova legislação proibindo a doação de pessoas jurídicas para candidatos. Hoje, um candidato honesto só tem duas opções: ou ele possui recursos próprios e/ou de amigos para bancar sua campanha, ou ele recebe recursos do fundo eleitoral para sua campanha. Para quem é rico ou tem amigos ricos, já se tem uma vantagem gigantesca sobre os candidatos pobres. Se tirar o fundo eleitoral daquele que não tem recursos, a desvantagem é ainda maior. Pior que isso, os corruptos e facções criminosas, com certeza, irão despejar dinheiro nessas eleições para conseguir eleger candidatos. Eles não respeitam nem o código penal, quiçá uma legislação eleitoral. Vão comprar votos, pagar lideranças, churrascos, pagar contas de água, luz, etc.

Vamos fazer alguns cálculos

Na última eleição, em 2016, tivemos 500.000 candidatos a vereador e 15.000 candidatos a prefeitos nos 5.517 municípios do Brasil. Dividindo os R$ 2 bilhões para todos os candidatos, daria algo em torno de 4 mil reais para cada candidato divulgar suas propostas, considerando os 49 dias de campanha. Isto daria cerca de R$ 80 reais por dia. Pode parecer muito para alguns, mas para quem já fez campanha sabe que isso mal dá para o material gráfico e despesas gerais. Além disso, para quem defende que o uso do fundo eleitoral para área da saúde seria mais importante, precisamos lembrar que a previsão do governo federal é de gastar R$ 600 bilhões somente com o coronavírus este ano. O fundo eleitoral representa 0,25% desse total. Estamos falando de quem vai gerir todos os recursos dos nossos municípios pelos próximos 4 anos, além da gigantesca influência que terão nas eleições de 2022, tanto para Câmara e Senado quanto para Governadores e Presidente. Com as considerações acima, fica a critério de cada um que está lendo concordar ou discordar da utilização do fundo eleitoral.

Qual a tendência ideológica para essas eleições municipais?

Minha aposta é que a Direita levará vantagem, não que irá ultrapassar o Centro e a Esquerda em número de vereadores e prefeitos eleitos. Mas, sem dúvidas, a direita terá o maior crescimento nestas eleições municipais. E porque acredito nisso? A ideologia da direita ficou muito tempo sufocada no Brasil, os escândalos de corrupção na gestão do PT geraram uma insatisfação tão grande que levaram à eleição de um Presidente de direita, e, hoje, o Bolsonaro tem consolidado, no mínimo, 1/3 de todo eleitorado brasileiro. Além disso, a grande insatisfação do eleitorado com os políticos se dava pela corrupção. No entanto, este governo estará completando 2 anos sem nenhum escândalo de corrupção no governo e em seus ministérios. Isto reforça, no conceito popular, que a ideologia da direita é infinitamente mais atrelada à honestidade do que a esquerda. Nessas eleições municipais, o tema da corrupção será novamente a locomotiva dos votos, como a de 2018. A tendência é de que candidatos fichas sujas sejam banidos da vida política. Deve ser também uma eleição pautada pela renovação, tanto que os candidatos novos e com viabilidade eleitoral tem fugido dos partidos da esquerda e procurado partidos mais de direita ou centro-direita. Os melhores discursos dessas eleições também serão dos candidatos da direita. Bandeiras como da honestidade, moralidade, transparência, contra a corrupção, defesa dos valores cristãos, a favor do armamento, contra a criminalidade, etc. tendem a garantir a maior quantidade de votos,. Daí minha outra aposta: esse será o ano da direita no Brasil!

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