Centrão e governo chegaram a um acordo nesta 3ª feira (23) sobre a votação da reforma da Previdência na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara. As negociações terminaram há uma hora atrás. O relator já está ciente do texto e incorporou em seu relatório. Vamos ao voto na CCJ, disse o secretário especial da Previdência, Rogério Marinho. O que aconteceu foi um exercício de democracia: o governo envia um projeto e, naturalmente, há alguns reparos, disse.
O relator da reforma, Delegado Marcelo Freitas (PSL-MG), reforçou que as mudanças não trarão impacto fiscal.
O Planalto cedeu e aceitou alterar 4 pontos do projeto:
- o que acaba com a obrigatoriedade de a empresa recolher FGTS para aposentados e pagar multa de 40% em caso de demissão desses funcionários;
- o que possibilita que a alteração de idade de aposentadoria compulsória de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) seja feita por meio de lei complementar;
- o que concentra na Justiça Federal do Distrito Federal os processos contra a reforma;
- o que muda o foro competente para julgar ações previdenciárias.
As alterações serão apresentadas em uma complementação do parecer apresentado pelo relator em 9 de abril.
Oposição
A oposição reagiu ao acordo. A líder da Minoria na Câmara, Jandira Feghali (PC do B-RJ), afirmou que os partidos de oposição não participaram do acordo.
A oposição inteira está fora de qualquer acordo. Até porque temos clareza que essa batalha não acaba hoje, ainda levará hoje, disse.
A modificação dele [relator]
já mostra que o governo sequer conseguiu manter o relatório original do relator, não teve força para isso, disse.
O relatório ainda continua inconstitucional, porque muda 1 sistema público para 1 sistema de bancos.
A oposição chegou a buscar 1 acordo com o Centrão para pedir o adiamento da votação da reforma. O motivo é o sigilo imposto pela equipe econômica aos dados da economia que seria gerada com a reforma caso fosse aprovada.
O governo só aceita tornar público os dados na 5ª feira (25.abr).
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