O anel dos CACs e a hipocrisia de Freixo

OS CÃES LADRAM E A CARAVANA PASSA.

“Um mau gosto estético e ético”. Assim foi a definição do meu colega de Congresso, Marcelo Freixo, sobre o anel que eu desenvolvi para presentear os futuros membros da bancada dos CACs. Sobre a questão estética, não cabe discussão. Gosto é algo absolutamente particular. E nem deve ser uma preocupação do deputado, já que não defende o direito dos cidadãos à legítima defesa e jamais fará parte dos parlamentares que receberão o presente.

Anel antiético?

Quanto à questão ética, faço questão de discordar. Primeiro porque não existe absolutamente nada de antiético em dar um presente aos amigos. Querer associar o gesto à minha candidatura à Presidência da Câmara é fantasioso e surreal. Quem, em sã consciência, venderia seu apoio em troca de algo tão barato, com exclusivo valor simbólico? Talvez camaradagem seja algo difícil de ser compreendido por alguém que sempre militou ao lado de notórios corruptos. Além disso, durante todos os seus mandatos, mesmo enquanto deputado estadual, defendeu um governo que realmente tentou comprar o Congresso Nacional, em uma tentativa escancarada de Golpe de Estado. Me surpreende, também, ter a minha ética questionada por alguém que, desde a fundação, é Filiado ao PSOL. Este partido teve suas bases ideológicas e estratégicas definidas com ajuda de Achille Lollo, um terrorista de extrema-esquerda italiano, que assassinou duas crianças, filhas de um opositor político, a sangue frio, em um incêndio criminoso que ficou conhecido como “Rogo di Primavalle”, em 1973. Como Oficial Militar, com uma carreira dedicada à preservação da vida e da dignidade da pessoa humana, não consigo mensurar o quanto, pra mim, é absurdo alguém estar conscientemente associado a um assassino condenado. De acordo com a minha régua moral, isso sim é antiético.

Bandeiras defendidas por Freixo

Mas nada que não seja esperado de alguém que lançou um vídeo defendendo a descriminalização das drogas e pedindo para que os cidadãos pressionassem o STF, alegando que seria uma forma de combate ao tráfico. Como se não bastasse o absurdo de um legislador pedindo e apoiando uma interferência do judiciário na legislação, algo que fere o princípio da tripartição dos Poderes, estabelecido no Artigo 2º da Constituição Federal, como Professor de História, o parlamentar tem pleno conhecimento de que medidas semelhantes não enfraquecem o crime. Muito pelo contrário. [video width="480" height="480" mp4="https://capitaoaugusto.com.br/wp-content/uploads/2020/07/WhatsApp-Video-2020-07-24-at-11.34.22.mp4"][/video]   Podemos tomar como exemplo o fim da lei seca americana, em 1933, em que a máfia, abastecida com o dinheiro do tráfico de bebidas, conseguiu legalizar grande parte de suas atividades e tornou-se uma potência. Em vez de enfraquecer, a medida fortaleceu o crime organizado, que cresceu exponencialmente durante as décadas seguintes. Vindo para o período recente, temos o exemplo do Uruguai. Após iniciar a venda legal de maconha, em julho de 2017, viu seus números de homicídios aumentarem 35% naquele ano e 66% do primeiro semestre do ano seguinte. A legalização acendeu o pavio da guerra entre as gangues, fortemente armadas e capitalizadas com dinheiro ilícito. O anel presenteado aos futuros membros da bancada dos CACs representa justamente a aversão a tudo isso. Será entregue a parlamentares que defendem plenos direitos ao povo, como um símbolo de irrisório valor monetário, mas de amplo valor moral. Declara que o seu portador tem compromisso ético com a defesa da vida, da dignidade e da propriedade, Constitucionalmente garantidas.

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