O REMÉDIO DA DEMOCRACIA

O nosso país é um grande organismo. É vivo, respira, está em constante movimento. Para que funcione perfeitamente, então, depende que cada órgão, cada célula esteja saudável. O Governo Federal é o sistema nervoso. Mas seus “comandos” podem ser bloqueados por alguma “enfermidade”. É o caso do que aconteceu atualmente, quando o STF deu autonomia para que os governadores e prefeitos agissem da forma que bem entendessem, no combate ao Covid-19. É claro que todas as doenças têm cura. A situação apresentada, por exemplo, poderia facilmente ser resolvida pelos “anticorpos” do Senado Federal. Mas é o voto do povo que dá, ou não, força para que essas defesas funcionem. Hoje não estão funcionando.

O poder das eleições

Precisamos entender, então, que é nas urnas que o “organismo Brasil” pode se medicar. As eleições são fundamentais, dentro de uma democracia, para que o sistema mantenha a saúde. No próximo dia 15 de Novembro, teremos eleições para prefeitos e vereadores. Provavelmente uma das maiores lições de 2020 é ter nos mostrado o poder e a importância destes cargos. E o pleito municipal, pela proximidade com os candidatos, permite que analisemos muito bem, não somente as propostas, como o caráter de cada um deles; se os discursos que fazem são condizentes com aquilo que sempre defenderam ou se estão apenas dizendo o que os eleitores querem ouvir. Lembremos de 2018, quando muitos políticos se elegerem “de carona” com o Presidente e, logo em seguida, revelarem suas verdadeiras faces. Isso pode e deve ser evitado nas cidades. Para garantir a saúde dos 5570 municípios brasileiros, é necessário que o voto seja consciente. Não adianta elegermos amigos ou pessoas populares, se estes não tiverem competência para ocupar os cargos pleiteados. Devemos sempre nos lembrar que os eleitos tornar-se-ão funcionários públicos, muito bem remunerados, com a função de representar e defender os interesses do povo, pelos próximos 4 anos. O voto é uma procuração. Precisamos lembrar, também, que o próximo mandato começará, na maioria absoluta dos municípios, em meio a uma das maiores crises já vividas pelo nosso país; que está sendo provocada, em grande parte, pela incompetência dos atuais gestores. Quantas cidades, que têm a doença absolutamente sob controle, estão sendo duramente castigadas por isolamentos irracionais, motivados apenas pela oportunidade de realizarem compras e contratos sem licitação?

Os dados do IBGE confirmam.

Segundo a PNAD -Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio Contínua- divulgada em 30/06, 50,5% dos brasileiros não têm nenhum trabalho. O reflexo deste desastre administrativo será duramente sentido no futuro próximo. E as consequências da crise econômica, com todos os problemas sociais que traz consigo, serão muito piores do que as do vírus. O Governo Federal está fazendo a sua parte. Apesar da queda de 26% na arrecadação, devido à quantidade de empresas fechando e pessoas perdendo seus rendimentos, os recursos para o combate à pandemia continuam sendo distribuídos. Destes, porém, mais de 1,5 bilhão estão sob investigação da PF e MP, sob suspeita de terem sido desviados por aqueles que juram estar cuidando da vida dos cidadãos. A doença da corrupção e do oportunismo é a primeira que precisa ser curada, para que o Brasil pare de sangrar. Para que isso aconteça, temos que começar o tratamento pelas menores células: Os municípios. Em 2020, então, precisamos ir às urnas mais conscientes do que nunca. Nosso voto certo é o remédio que o país tanto espera.

Compartilhe
Deixe seu comentário